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A primeira travessia do Atlântico foi dureza. A expedição, comandada pelo espanhol Cristóvão Colombo, durou meses. Centenas de homens morreram, centenas ficaram doentes. .
Depois veio Amyr Klink paulista, filho de pai libanês e mãe sueca atravesou o atlantico em cem dias a bordo da "lâmpada flutuante" (o apelido que deu ao minúsculo barco a remo).
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Agora, imagine o que é atravessá-lo a nado.
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Quem nunca sonhou em ter super-poderes? Poderes que ultrapassem nossa condição de seres-humanos frágeis e limitados? Voar sem equipamentos, correr mais rápido que a luz, nadar acima dos mais rápidos velocistas do mundo.
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"Maluquice"; "Suicídio"; "Besteira", você deve estar pensando. Pois é exatamente isso que o mineiro Márcio Carvalho, de 46 anos, pretende fazer.
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Em 04/07/2011 o mineiro Márcio Luiz Naves Carvalho, 46 anos, pretende começar uma tarefa inédita no mundo, atravessar a nado o Oceano Atlântico Sul, percurso partindo de Luderitz, na Namíbia, África, com chegada em Salvador/Ba (Brasil), que durará 131 dias de 6.864 quilômetros de mar aberto.
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“Estarei num ambiente ecologicamente equilibrado, onde a cadeia alimentar se encontra em harmonia. Sou movido pelo respeito ao mar. Não posso lutar contra as forças da natureza, tenho que estar em comunhão o tempo todo”, acredita o nadador, que, nessa ousada travessia, estará dentro de uma gaiola oval, presa à sua cintura e batizada com o nome da filha, Mariah.
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O equipamento é feito em fibra de carbono, tem aros de alumínio aeroespacial e flutuadores com 8 metros de comprimento, 1 metro de largura e 1 metro de profundidade..
“Assim, ficarei protegido das ondas gigantescas e de eventuais ataques de baleias ou de tubarões brancos e leões-marinhos, animais comuns na corrente africana de Benguela”, explica.
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O sonho de cruzar o Atlântico Sul começou em 1984, quando Márcio tinha 22 anos. Na época, ficou fascinado com a saga do navegador brasileiro Amyr Klink, que cumpriu o mesmo trajeto num barco a remo. “Pensei que um dia faria o mesmo, embora a nado”, conta o mineiro.
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O atleta vai nadar os estilos peito, crawl e costas, numa média de 50 a 70 quilômetros por dia, de 15 a 16 horas, com pausas para alimentação. Uma roupa especial, confeccionada em náilon e neoprene, em Santa Catarina, vai protegê-lo das surpresas do mar, da chuva, da hipotermia nas águas geladas e do sol escaldante.
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"Um dos trajes, com duas polegadas e meia de espessura, será usado no início do percurso. A troca de roupas será gradativa, à medida que forem chegando as águas tropicais".
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Relata tambem que a gaiola, que é do tipo catamarã Hobby Cat, pesa 208kg, mas com os 600kg de comida desidratada, que vão garantir consumo diário de até 15 mil calorias, 800 litros de água potável, cilindros de oxigênio, quatro baterias, radar, e outros equipamentos, vai chegar a 3 toneladas.
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“Vou levar um laptop para dar notícias e ser acompanhado por uma equipe em terra”, adianta.
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A gaiola permitirá que Márcio se alongue e possa dormir.
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